Mestrado em Sistemas de Energia
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Noticia - Escassez de biomassa inquieta sector

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Mensagem  Ana Matos Ter Dez 04, 2007 1:42 pm

Depois da euforia com o lançamento do concurso para a construção de 15 novas centrais a biomassa florestal, o sector começa a desanimar. Seis dos resultados dos concursos que deveriam ter sido conhecidos até meados deste ano, tal como garantido pelo ministro da Economia, continuam sem ver a luz do dia.

O director-geral da Direcção-Geral de Energia e Geologia, Miguel Barreto, considera que as 15 centrais de biomassa atribuídas por concurso têm condições de viabilidade. No entanto, a falta de uma rede logística no País para recolher a biomassa florestal tem sido um dos problemas apontados pelos promotores, que receiam também a escassez de matéria-prima. Os 2,2 milhões de toneladas de biomassa florestal disponíveis em Portugal só deverão cobrir metade das necessidades nacionais, tendo em conta os vários projectos em curso.

Só para as 15 unidades em concurso, com uma potência total de 100 MW, e para os 150 MW já atribuídos à EDP, são necessárias 2,5 milhões de toneladas de biomassa por ano. A agravar o problema estão as centrais a carvão de Sines e do Pego. Tendo em conta as declarações do Primeiro-ministro, em Janeiro deste ano, de que até 2010, as centrais a carvão irão substituir entre cinco por cento e dez por cento do carvão queimado por biomassa ou resíduos, serão necessárias mais 1,21 milhões de toneladas. Ou seja, «está-se a falar de cerca do dobro das disponibilidades existentes», salienta Salvador Malheiro, especialista nesta matéria. Caso avancem as quatro unidades de peletes projectadas, serão precisas ainda mais 1,1 milhões de toneladas.

Para Salvador Malheiro, a aposta em novas culturas energéticas pode ser uma forma de resolver o problema. É que à escassez da matéria-prima, há a acrescentar a exportação da biomassa. A partir dos portos de Aveiro, Figueira da Foz, Sines e Portimão está a ser enviada, desde o final de 2006, biomassa para países como Itália, Inglaterra ou Bélgica, onde a sua remuneração é mais elevada. A receita chega a ser superior em 40 por cento à que é obtida no mercado interno consumidor de energia. «É o nosso petróleo verde que estamos a perder e que pode levar ao fracasso do plano para as centrais de biomassa florestal», alerta o director-geral da Sobioen.

De acordo com Paulo Preto dos Santos, este era um problema também sentido em Espanha, mas que já foi resolvido através da revisão em alta da remuneração pela electricidade produzida com biomassa. Se anteriormente tinha uma das piores remunerações (cerca de 80 euros por MWh), agora o país vizinho tem uma das melhores da Europa, com valores mínimos de 118 euros por MWh. «Se não houver uma revisão do actual regime remuneratório da energia eléctrica com biomassa em Portugal para no mínimo 120 euros por Mwh, mais 13 euros do que é pago actualmente, iremos assistir ao seu desvio, o que levará ao colapso do projecto das centrais e trará consequências negativas para a indústria do papel e dos aglomerados», chama a atenção.

http://www.ambienteonline.pt/noticias/detalhes.php?id=5889
2007-12-03

Ana Matos

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