Mestrado em Sistemas de Energia
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Custos da telecontagem suscitam dúvidas à ERSE

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Mensagem  Carlos Sousa Qui Dez 06, 2007 1:27 pm

A substituição dos contadores de electricidade por um sistema de telecontagem deve ser precedida de uma experiência-piloto para que seja possível confirmar os benefícios do sistema, que o Governo acordou implementar em coordenação com Espanha. A recomendação é do regulador da energia (ERSE), que estima que a factura das famílias e de pequenas empresas seja afectada em 3,1%, ou 91 cêntimos, com a telecontagem. A colocação do contador deverá custar 169 euros a cada consumidor.

Segundo as contas do regulador - que constam de um documento enviado ao ministro da Economia, Manuel Pinho -, o investimento associado ao sistema será de 1014 milhões de euros, a serem pagos ao longo de 20 anos. A expectativa é que os benefícios (1164 milhões) superem os custos, porque se espera que o sistema, pelas suas características (ver caixa), contribua para uma redução do consumo em cerca de 2%, reduzindo parcialmente o impacto sobre a factura. A verificar-se esta premissa, a conta da luz seria afectada em apenas 1,7%, ou 48 cêntimos por mês. Este ano os contadores custam 89 cêntimos por mês aos consumidores.

Mas a fase inicial em que se encontram as experiências internacionais, sublinha a ERSE, recomenda cautela, daí a necessidade de ser feito um projecto-piloto em 7500 instalações já a partir de Julho de 2008. Só depois de comprovadas as vantagens, ou seja, confirmada uma mudança de comportamento por parte dos clientes, é que se deve iniciar um processo de substituição dos aparelhos, entre 2010 e 2015.

A ERSE recomenda ainda que o Executivo regulamente o chamado Operador Logístico de Mudança de Comercializador, previsto na lei desde 2006, no sentido de se definir as suas competências, incluindo a gestão do sistema de telecontagem.

Actualmente, é a EDP Distribuição quem detém e gere o parque de cerca de seis milhões de contadores e é também esta empresa quem controla a base de dados de clientes. A manutenção desta plataforma na EDP, de resto, tem suscitado críticas por parte dos operadores espanhóis, que querem vê-la gerida por uma entidade independente.

Portugal e Espanha acordaram a 8 de Março estudar em conjunto a transição para este sistema, que é importante para a construção do Mercado Ibérico de Electricidade.

A solução técnica sugerida pelo regulador nacional é semelhante à que já foi escolhida por Espanha, cujo Governo decidiu que não vai imputar à tarifa os custos da telecontagem, para desagrado dos operadores. Contactada pelo JN, fonte oficial do Ministério da Economia não especificou se Manuel Pinho tem opinião formada sobre quem paga o sistema, sendo certo que, nos comentários dos operadores eléctricos ao documento da ERSE, resulta claro que não ponderam ser eles a suportar este custo.

Das 29 entidades que enviaram comentários à ERSE, apenas a DECO sustentou que sejam as empresas e não os consumidores a suportar este investimento. Mas é sobre eles que vai recair o custo, se não for alterada a lei em vigor.


O que é?

Um sistema que permite a leitura do consumo à distância, com uma antena que comunica os dados a uma central. O sistema sugerido pela ERSE faz leituras a cada 15 minutos e em seis períodos. Permite criar tarifas à medida de cada cliente.



Há mais vantagens?

Sim. O sistema escolhido é modular, ou seja, podem ser-lhe adicionadas componentes para ler consumos de água e gás. E as leituras são bidireccionais, o que é importante para quem instalar sistemas de auto-produção de energia.

Ricardo David Lopes


http://jn.sapo.pt/2007/12/06/economia_e_trabalho/custos_telecontagem_suscitam_duvidas.html

Carlos Sousa

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