União Europeia cumpre metas de Quioto

A União Europeia a 15 pode pode cumprir, e até ultrapassar, as metas de emissão de gases de efeito de estufa (GEE) estabelecidas para 2008-2012, período de cumprimento do Protocolo de Quioto. Esta é a principal conclusão do relatório da Agência Europeia do Ambiente (AEA) sobre as tendências e projecções de gases com efeito estufa na Europa para 2007, de acordo com as últimas projecções pré-2004, publicado hoje.
Os 15 Estados-membros têm condições para atingir um total de 11,4 por cento de redução de emissão de GEE em relação aos níveis de 1990, o ano de referência. Recorde-se que a UE-15 se comprometeu a baixar as suas emissões em 8 por cento. Segundo o relatório da AEA, as expectativas dos novos Estados-membros também são de respeitar as metas estabelecidas no Protocolo de Quioto.

O documento, que se baseia nas projecções de cada Estado-membro, revela que as políticas e medidas nacionais em vigor vão reduzir, neste universo de 15 Estados-membros, a emissão de GEE em cerca de 4 por cento, com base nos níveis de referência do ano de 1990. Com a aplicação de medidas adicionais, em preparação em cada Estado-membro, será obtida uma diminuição de mais 3,9 por cento.

A utilização futura de mecanismos de mercado previstos no Protocolo de Quioto por 10 dos 15 países comunitários dará um contributo adicional na redução de emissão de GEE na ordem dos 2,5 por cento. Para o efeito, estes 10 governos vão investir 2,9 milhões de euros. Também o recurso aos sumidoures de carbono, usando as florestas para remover o CO2, por exemplo, poderá servir para reduzir 0,9 por cento de GEE.

No caso português, tendo como referência os valores do ano de 1990, e com as medidas que estão a ser planeadas, a redução será de cerca de 40 por cento em 2010. No entanto, o aumento na emissão de GEE estimado para 2010 é de 44 por cento, quando a meta nacional é de 27 por cento, o equivalente a 8,1 milhões de toneladas de CO2. Portugal vai usar vários mecanismos para chegar aos 5,8 milhões de toneladas de CO2 equivalentes de redução, o que resulta em 2,3 milhões de toneladas de CO2 equivalentes a mais do que o estabelecido no protocolo.

Em 2007 Portugal introduziu novas medidas para mais 1,56 milhões de toneladas de CO2 de redução. No entanto, alerta o relatório da AEA, estas medidas adicionais não respeitam as projecções gerais de emissão de GEE. A solução para Portugal passa por usar «mecanismos flexíveis», ao abrigo dos artigos 6, 12 e 17, do Protocolo de Quioto, na tentativa de alcançar as metas definidas.

http://www.ambienteonline.pt/noticias/detalhes.php?id=5900
2007-12-04