Mestrado em Sistemas de Energia
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Consórcio da EDP prepara-se para a "revolução" nas

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Mensagem  Sérgio Sepúlveda Sex Dez 07, 2007 10:13 pm

EDP Inovação, EFACEC, INESC Porto, Janz e Edinfor antecipam-se e ocupam espaço para oportunidades de negócio, a pensar no mercado ibérico.


Investimento atinge os 70 milhões de euros

As companhias eléctricas europeias preparam-se para a nova geração de redes de distribuição, as chamadas micro-redes inteligentes e a microgeração, depois da desconfiança inicial e das pressões da União Europeia. Ontem, a EDP Distribuição anunciou essa mesma intenção, liderando um consórcio, o InovGrid, que pretende aproveitar grande parte das oportunidades da revolução anunciada.

Com 70 milhões de euros numa primeira fase, até 2009, a EDP Inovação, o INESC Porto, a EFACEC, a Janz e a Edinfor vão investir em redes de distribuição inteligentes, cuja face mais visível para os consumidores - que também podem ser produtores - será a instalação nas suas casas de uma "caixa de energia" (Energy Box). Esta terá ainda funções de telecontagem e dará acesso a uma gestão activa da sua factura/receita eléctrica.

As micro-redes de distribuição inteligente e a microgeração são consideradas a terceira geração do sistema eléctrico, em que a principal mudança está na sua capacidade de receberem cada vez mais energia de pequenos consumidores/produtores e de terem novas funcionalidades exigidas pela própria liberalização do mercado. A "terceira geração" é também marcada pela aposta nas renováveis e no aumento da eficiência energética.

Com o ministro da Economia, Manuel Pinho, ao lado, o presidente executivo do grupo EDP, António Mexia, assegurou ontem que o investimento anunciado não terá reflexos adicionais nas tarifas, assegurando que o montante sai da fatia de 250 milhões de euros anuais que a EDP Distribuição investe nas redes. O INESC Porto é a instituição científica no país que mais se tem dedicado ao desenvolvimento das redes inteligentes, estando ligada ao projecto europeu de investigação nesta área; a EFACEC, do grupo Mello, tem experiência nas áreas de automação e gestão de redes de energia; a Janz, de capitais portugueses, fabrica contadores; a Edinfor está ligada aos sistemas de informação e é do grupo EDP.

Num momento em que se procuram soluções à escala europeia, o consórcio InovGrid quer entrar também no mercado espanhol, alargando a expectativa de novos negócios de um mercado de seis milhões para mais de 30 milhões de clientes, gerando "emprego e exportação". Um ponto sensível deste projecto relaciona-se com a mudança de todos os contadores analógicos para a telecontagem, processo cujo modelo se encontra actualmente em consulta pública pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) e que entregará ao Governo uma proposta. O modelo e os custos da mudança dependerão da decisão do Governo, com a EDP a admitir que os mesmos terão de ser reflectidos na tarifa.

A ERSE estima custos entre 600 milhões e 900 milhões de euros. O processo será particularmente sensível para os pequenos consumidores. A EDP pretende ter 200 mil clientes de baixa tensão com telecontagem em 2009. A totalidade da indústria em alta e média tensão e parte da baixa tensão normal já a têm. No total, a telecontagem representa 50 por cento da energia actualmente consumida.

Sampaio Nunes
Projecto concorrente "pode ser complementar"
Pedro Sampaio Nunes - que lidera um consórcio que apresentou recentemente um novo sistema de telecontagem para a electricidade, gás e água - considera que o projecto ontem anunciado por António Mexia não concorre directamente com o seu.

O responsável entende mesmo que os dois sistemas "podem ser complementares", por incluir também o gás e a água. Sampaio Nunes, que esteve ligado ao projecto da refinaria Vasco da Gama e à pretendida instalação de uma central nuclear em Portugal, alega que o seu consórcio para a telecontagem propõe um sistema que veio permitir baixar os preços de aluguer dos contadores e aumentar a concorrência.

A proposta foi apresentada ao Governo português, Entidade Reguladora do Sector Energético. Regulador da Água, Rede Eléctrica Nacional, EDP - Energias de Portugal e Galp. "Estamos em diálogo com a EDP" afirmou ontem Sampaio Nunes em declarações ao Público.


Público, 23 de Outubro de 2007

Sérgio Sepúlveda

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