EDP dá primeiro passo para redes eléctricas inteligentes
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EDP dá primeiro passo para redes eléctricas inteligentes
[justify][justify]Energia: Novos serviços ao consumidor/produtor para participação activa na gestão do sistema.
Apelidado como de revolução na factura da electricidade, o sistema da telecontagem é um dos vectores do InovGrid, projecto conduzido pela EDP que visa o investimento nas redes de distribuição inteligentes. Serão investidos mais de 70 milhões de euros nas designadas smart grids e instaladas 200 mil Energy Box (caixas de energia) na casa dos clientes com funcionalidades de telecontagem até 2009.
Nos próximos anos iremos assistir a uma profunda mudança de paradigma no funcionamento do sistema eléctrico de energia. Antecipa-se uma nova era que assenta no uso mais eficiente da energia suportada na gestão da procura, na aposta nas energias renováveis e na microgeração, reforçando o papel do consumidor/produtor. Consciente deste desafio, a EDP, através da usa participada EDP Distribuição enquanto Operador da Rede, é a primeira empresa em Portugal a apresentar um projecto de investimento nas smarts grids (redes de distribuição de electricidade inteligentes), associada à instalação Energy Box (caixas de energia) na casa dos clientes.
Trata-se do InovGrid que vai obrigar a uma forte intervenção na rede de distribuição, introduzindo-lhe funcionalidades avançadas de telegestão de energia, capacidade de integração da microgeração e mecanismos de inteligência que estabelecerão uma nova forma de gestão e controlo da rede. O investimento nas smart grids ascenderá, numa primeira fase até 2010, a 70 milhões de euros, perspectivando-se a instalação de 200 mil Energy Box com funcionalidades de telecontagem até 2009.
O projecto visa a crescente integração de produção distribuída (renováveis e microgeração) e o aumento da capacidade de controlo integrado dos consumos, devidamente enquadrados numa filosofia de gestão activa das redes eléctricas. "A nova Energy Box será o cérebro da gestão do consumo energético nas habitações, disponibilizando serviços ao consumidor/produtor que levarão à participação activa na gestão do sistema eléctrico", explicou António Pita de Abreu, administrador da EDP Distribuição, na apresentação do projecto, cujo desenvolvimento vai ser feito em parceria com o INESC Porto, a EFACEC, Janz e a Edinfor.
O CEO da EDP, António Mexia, acrescentou que a empresa está a tentar "em conjunto com outras empresas, nomeadamente espanholas, adoptar tecnologias semelhantes. A nossa atitude é procurar o sistema que demonstre ser mais eficaz, e por isso vamos procurar atrair o máximo de parceiros para este projecto".
Drivers do projecto
Telegestão de energia, microgeração e smarts grids são os três drivers do projecto. Aponta-se aqui a necessidade de adequar a rede para uma generalizada integração da microgeração distribuída, mantendo a fiabilidade do fornecimento e beneficiando o novo consumidor/produtor com uma nova fonte de remuneração. Este passará ainda a exercer um papel activo na gestão do seu consumo energético e a dispor de novos serviços, novos tarifários e planos de preços mais inovadores para as necessidades de cada clientes.
Reforma
A substituição dos contadores de electricidade por contadores com telecontagem poderá custar cerca de 230 euros por contador, o que implica um investimento de 1,3 mil milhões de euros, perspectiva o administrador da EDP António Pita de Abreu. Números de investimento baseados na experiência da Califórnia, um mercado semelhante ao português, com cinco milhões de clientes, onde o preço do contador foi da ordem dos 230 euros. Esta pespectiva de investimento é superior aos 600 milhões de euros estimados pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos. A EDP diz que hoje cerca de 50% da energia eléctrica consumida em Portugal já é "telecontada", tendo já telecontadores 23 mil clientes em alta tensão e média tensão (totalidade dos clientes empresariais) e 1,6 mil clientes em baixa tensão normal. Também a totalidade das instalações de produtores em regime especial (350) funcionam em telecontagem. Neste momento, está a decorrer a consulta pública sobre a telecontagem em Portugal, lançada pela ERSE - Entidade Reguladora do Sector Energético, que vai servir de base à decisão política de quando arrancará este processo de substituição de contadores e de quem vai pagar.
Objectivo de 130 mil clientes no mercado liberalizado
A EDP pretende chegar até ao final do ano com mais de 130 mil clientes no mercado liberalizado. Um objectivo fixado após a eléctrica ter atingido a fasquia dos 100 mil clientes, mais de um ano depois de lançar a sua oferta "edpsD".
De referir que, a 4 de Setembro de 2006, início da total liberalização do mercado, a eléctrica foi a única empresa a avançar com uma proposta comercial para domésticos, continuando para as famílias, a ser a única opção no mercado, já que os seus principais concorrentes - Iberdrola, Endesa e Penosa - nunca apresentaram ofertas para este segmento, alegando não haver condições de preço depois de o Governo ter limitado a 6% os aumentos da tarifa regulada em 2007. Recentemente, o presidente da Endesa, Nuno Ribeiro da Silva, chegou mesmo a avançar que face às dificuldades, aquela eléctrica espanhola saía do mercado liberalizado em Portugal. Também a Iberdrola reitera que continua a não operar no mercado de comercialização de electricidade no segmento de Baixa Tensão Normal, por não ter condições tarifárias mínimas necessárias à existência de concorrência efectiva entre os vários comercializadores. Críticas partilhadas pela Union Penosa ao defender que a grande concorrência para as comercializadoras se encontra no Sistema Eléctrico Público (SEP) com as actualizações [tarifárias] definidas e que entraram em vigor no próximo dia 1 de Setembro.
Para já, a tarifa liberalizada é competitiva face à regulada, mas apenas para potências contratadas superiores a 6,9 kvA (o que representa cerca de 1,5 milhões dos 5,8 milhões de clientes domésticos) e cujos consumos não sejam muito elevados. Isto porque, o chamado aluguer do contador no edpsD é ligeiramente mais barato do que no regime de preços administrativos, mas o preço da energia é mais elevado. A EDP conta apenas com a concorrência dos espanhóis, nos outros segmentos correspondentes à indústria e empresas (alta, média e baixa tensão especial), cujo mercado foi liberalizado desde 1998, e onde a eléctrica nacional detém actualmente uma quota de 50% do mercado.
Identidade sensorial
A EDP apresentou esta semana uma nova identidade multisensorial do edpsD. Em causa está, segundo a empresa, a representação da marca em torno dos 5 sentidos (visão, paladar, olfacto, tacto e audição), "como forma de reforçar o seu carácter inovador e diferenciador e de torná-la ainda mais próxima e apelativa para os clientes". Uma iniciativa pioneira à escala mundial, ao nível do sector energético. O programa 5sentidos é baseado no conceito de marketing experiencial e pretende recompensar a permanência com a marca e reforçar o nível de satisfação dos clientes em relação à proposta de valor edpsD.
Semanário Económico, 26 de Outubro de 2007
Texto de Lígia Simões
Apelidado como de revolução na factura da electricidade, o sistema da telecontagem é um dos vectores do InovGrid, projecto conduzido pela EDP que visa o investimento nas redes de distribuição inteligentes. Serão investidos mais de 70 milhões de euros nas designadas smart grids e instaladas 200 mil Energy Box (caixas de energia) na casa dos clientes com funcionalidades de telecontagem até 2009.
Nos próximos anos iremos assistir a uma profunda mudança de paradigma no funcionamento do sistema eléctrico de energia. Antecipa-se uma nova era que assenta no uso mais eficiente da energia suportada na gestão da procura, na aposta nas energias renováveis e na microgeração, reforçando o papel do consumidor/produtor. Consciente deste desafio, a EDP, através da usa participada EDP Distribuição enquanto Operador da Rede, é a primeira empresa em Portugal a apresentar um projecto de investimento nas smarts grids (redes de distribuição de electricidade inteligentes), associada à instalação Energy Box (caixas de energia) na casa dos clientes.
Trata-se do InovGrid que vai obrigar a uma forte intervenção na rede de distribuição, introduzindo-lhe funcionalidades avançadas de telegestão de energia, capacidade de integração da microgeração e mecanismos de inteligência que estabelecerão uma nova forma de gestão e controlo da rede. O investimento nas smart grids ascenderá, numa primeira fase até 2010, a 70 milhões de euros, perspectivando-se a instalação de 200 mil Energy Box com funcionalidades de telecontagem até 2009.
O projecto visa a crescente integração de produção distribuída (renováveis e microgeração) e o aumento da capacidade de controlo integrado dos consumos, devidamente enquadrados numa filosofia de gestão activa das redes eléctricas. "A nova Energy Box será o cérebro da gestão do consumo energético nas habitações, disponibilizando serviços ao consumidor/produtor que levarão à participação activa na gestão do sistema eléctrico", explicou António Pita de Abreu, administrador da EDP Distribuição, na apresentação do projecto, cujo desenvolvimento vai ser feito em parceria com o INESC Porto, a EFACEC, Janz e a Edinfor.
O CEO da EDP, António Mexia, acrescentou que a empresa está a tentar "em conjunto com outras empresas, nomeadamente espanholas, adoptar tecnologias semelhantes. A nossa atitude é procurar o sistema que demonstre ser mais eficaz, e por isso vamos procurar atrair o máximo de parceiros para este projecto".
Drivers do projecto
Telegestão de energia, microgeração e smarts grids são os três drivers do projecto. Aponta-se aqui a necessidade de adequar a rede para uma generalizada integração da microgeração distribuída, mantendo a fiabilidade do fornecimento e beneficiando o novo consumidor/produtor com uma nova fonte de remuneração. Este passará ainda a exercer um papel activo na gestão do seu consumo energético e a dispor de novos serviços, novos tarifários e planos de preços mais inovadores para as necessidades de cada clientes.
Reforma
A substituição dos contadores de electricidade por contadores com telecontagem poderá custar cerca de 230 euros por contador, o que implica um investimento de 1,3 mil milhões de euros, perspectiva o administrador da EDP António Pita de Abreu. Números de investimento baseados na experiência da Califórnia, um mercado semelhante ao português, com cinco milhões de clientes, onde o preço do contador foi da ordem dos 230 euros. Esta pespectiva de investimento é superior aos 600 milhões de euros estimados pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos. A EDP diz que hoje cerca de 50% da energia eléctrica consumida em Portugal já é "telecontada", tendo já telecontadores 23 mil clientes em alta tensão e média tensão (totalidade dos clientes empresariais) e 1,6 mil clientes em baixa tensão normal. Também a totalidade das instalações de produtores em regime especial (350) funcionam em telecontagem. Neste momento, está a decorrer a consulta pública sobre a telecontagem em Portugal, lançada pela ERSE - Entidade Reguladora do Sector Energético, que vai servir de base à decisão política de quando arrancará este processo de substituição de contadores e de quem vai pagar.
Objectivo de 130 mil clientes no mercado liberalizado
A EDP pretende chegar até ao final do ano com mais de 130 mil clientes no mercado liberalizado. Um objectivo fixado após a eléctrica ter atingido a fasquia dos 100 mil clientes, mais de um ano depois de lançar a sua oferta "edpsD".
De referir que, a 4 de Setembro de 2006, início da total liberalização do mercado, a eléctrica foi a única empresa a avançar com uma proposta comercial para domésticos, continuando para as famílias, a ser a única opção no mercado, já que os seus principais concorrentes - Iberdrola, Endesa e Penosa - nunca apresentaram ofertas para este segmento, alegando não haver condições de preço depois de o Governo ter limitado a 6% os aumentos da tarifa regulada em 2007. Recentemente, o presidente da Endesa, Nuno Ribeiro da Silva, chegou mesmo a avançar que face às dificuldades, aquela eléctrica espanhola saía do mercado liberalizado em Portugal. Também a Iberdrola reitera que continua a não operar no mercado de comercialização de electricidade no segmento de Baixa Tensão Normal, por não ter condições tarifárias mínimas necessárias à existência de concorrência efectiva entre os vários comercializadores. Críticas partilhadas pela Union Penosa ao defender que a grande concorrência para as comercializadoras se encontra no Sistema Eléctrico Público (SEP) com as actualizações [tarifárias] definidas e que entraram em vigor no próximo dia 1 de Setembro.
Para já, a tarifa liberalizada é competitiva face à regulada, mas apenas para potências contratadas superiores a 6,9 kvA (o que representa cerca de 1,5 milhões dos 5,8 milhões de clientes domésticos) e cujos consumos não sejam muito elevados. Isto porque, o chamado aluguer do contador no edpsD é ligeiramente mais barato do que no regime de preços administrativos, mas o preço da energia é mais elevado. A EDP conta apenas com a concorrência dos espanhóis, nos outros segmentos correspondentes à indústria e empresas (alta, média e baixa tensão especial), cujo mercado foi liberalizado desde 1998, e onde a eléctrica nacional detém actualmente uma quota de 50% do mercado.
Identidade sensorial
A EDP apresentou esta semana uma nova identidade multisensorial do edpsD. Em causa está, segundo a empresa, a representação da marca em torno dos 5 sentidos (visão, paladar, olfacto, tacto e audição), "como forma de reforçar o seu carácter inovador e diferenciador e de torná-la ainda mais próxima e apelativa para os clientes". Uma iniciativa pioneira à escala mundial, ao nível do sector energético. O programa 5sentidos é baseado no conceito de marketing experiencial e pretende recompensar a permanência com a marca e reforçar o nível de satisfação dos clientes em relação à proposta de valor edpsD.
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Texto de Lígia Simões
José Manuel Vieira- Mensagens : 8
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