Mestrado em Sistemas de Energia
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Escócia testa geração de energia eólica longe da costa (JN d

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Escócia testa geração de energia eólica longe da costa (JN d Empty Escócia testa geração de energia eólica longe da costa (JN d

Mensagem  oliveira Sex Dez 07, 2007 11:47 am

Mas têm um propósito mais prático: trata-se de enormes turbinas eólicas, que integram um projecto britânico que pode proporcionar um avanço mundial na tecnologia de geração de electricidade com o vento.
No meio dos decadentes poços de petróleo e de gás do Mar do Norte, o Reino Unido construiu as maiores turbinas eólicas do mundo - cada pá tem 63,4 metros, pouco mais do que a metade do comprimento de um campo de futebol - em Moray Firth, uma baía situada na costa leste da Escócia. Com a designação de Projecto Beatrice e ainda em fase de arranque, a iniciativa deve criar o primeiro parque eólico marítimo sobre águas profundas. O empreendimento tem vindo a ser acompanhado de perto por outros países como uma forma de desenvolver projectos de energia eólica em larga escala em regiões tão afastadas da costa que não terão de enfrentar a resistência de moradores locais.
A Talisman Energy Inc., petrolífera canadiana que criou o Projecto Beatrice em sociedade com a energética Scottish and Southern Energy PLC, planeja convertê-lo num parque eólico espectacular com 200 turbinas que transformarão os fortes ventos do Mar do Norte em electricidade suficiente para um milhão de pessoas - um quinto da população da Escócia. O projecto só deverá estar concluído num período de sete anos, segundo a Talisman.
O Beatrice reflecte o potencial de um grande impulso para a energia eólica, numa era em que o petróleo em alta está a transformar materiais renováveis, antes periféricos, em fontes de energia viável. O Projecto é também uma fonte de esperança para a indústria petrolífera escocesa, que tem vindo a lutar para fazer frente à actual queda das reservas de petróleo e gás no Mar do Norte, outrora abundantes.
Os projectos marítimos já existentes tendem a serem águas rasas, junto à costa. O protótipo da Talisman fica a 24km da praia e em águas com 45 metros de profundidade. A instalação de turbinas num lugar tão exposto e ventoso permite que as mesmas produzam mais electricidade do que se estivessem próximas da praia.
Também é importante o facto de que as turbinas não são visíveis para quem está em terra. É precisamente por esse motivo que o Beatrice é muitas vezes citado nos Estados Unidos, onde grupos contrários a interferências nas suas comunidades lideram campanhas ruidosas contra parques eólicos próximos da costa. argumentando que os mesmos estragam a paisagem.
Uma dessas campanhas contesta o plano da Capo Wind Associates L.LC de construção de 130 turbinas eólicas a 9,6 km da costa do Capo Cod, no Estado de Massachusetts, perto de zonas balneares como Martha's Vineyard. A Aliança para Protecção do Estreito de Nantucket apontou Beatrice como uma prova de que não é necessário construir parques eólicos perto da praia. "Beatrice mostra que os parques sobre águas profundas são, actualmente, uma realidade tecnológica", diz Audra Parker, porta-voz da aliança.
Os parques eólicos sobre águas profundas também têm os seus críticos, que afirmam que as turbinas podem interromper as rotas de carga marítima e prejudicar santuários naturais de pássaros marinhos. O custo dos referidos parques também pode ser proibitivo porque exigem a instalação de longos cabos de transmissão submarinos para ligar as turbinas à rede de distribuição eléctrica.
O Projecto Beatrice confirma o facto. Até agora já foram injectados cerca de 60 milhões de euros - ou aproximadamente seis milhões de euros por cada megawatt de capacidade de geração instalada. Uma termoeléctrica a gás custa menos de um milhão de euros por megawatt.
O Reino Unido está a tentar reduzir os custos elevados com incentivos financeiros, que transformaram o país no mercado mais atraente da Europa para energia eólica, segundo um estudo recente da firma de auditoria KPMG LLP. O Reino Unido afirma que vai gerar 20 por cento do seu consumo de electricidade a partir de fontes renováveis até 2020, e projectos como Beatrice podem ter um papel crucial para alcançar essa meta.
O histórico de produção marítima de petróleo e gás é o que proporciona ao Reino Unido uma potencial vantagem no desenvolvimento de projectos de larga escala para energia eólica sobre águas profundas. Descobertas nos anos 60, as enormes reservas de petróleo do Mar do Norte forneceram combustível aos britânicos durante mais de 30 anos e impulsionaram um boom no sector de serviços, particularmente em localidades como Aberdeen, na costa leste da Escócia. Ali, o petróleo está rapidamente a desaparecer. Mas persiste a esperança de que a energia eólica e das marés possa substituir o petróleo como a base da economia escocesa.
"Cerca de 100 mil pessoas trabalham no sector petrolífero desta região", diz Paul O'Brien, director da equipa de Desenvolvimento de Energias Renováveis da agência escocesa de fomento Scottish Development International. "Estamos a investir em energias renováveis como um meio de manter as pessoas empregadas".
Até agora, mesmo na Escócia, a geração de energia eólica no mar ainda está a dar os primeiros passos. Há apenas 1.200 megawatts de capacidade de geração eólica instalada no mar em todo o mundo, com a Dinamarca a liderar o esforço com um terço dessa capacidade. O Reino Unido, com 400 megawatts, está em segundo lugar, mas tem grandes planos.

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