Mestrado em Sistemas de Energia
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Capacidade futura de produzir energia para consumir e vender

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Capacidade futura de produzir energia para consumir e vender Empty Capacidade futura de produzir energia para consumir e vender

Mensagem  Sérgio Sepúlveda Sex Dez 07, 2007 10:45 pm

Os actuais consumidores vão poder produzir energia eléctrica para consumo próprio e também para venda à rede pública, dentro de 10 a 20 anos. Esta é a convicção de Peças Lopes, um dos responsáveis pelo projecto More-Microgrids, a cargo da Unidade de Sistemas de Energia do INESC Porto.


Energia doméstica

O projecto, que está a ser desenvolvido em colaboração com vários parceiros europeus, tenta criar um esquema para as redes de distribuição em baixa tensão, para as quais se prevê uma integração maciça de instalações de microgeração de electricidade, transformando-as em micro-redes.

A produção de energia eléctrica para consumo próprio já pode ser feita através de painéis solares, por exemplo, "mas o que se pretende é que essa produção passe a integrar uma rede", explicou. E acrescentou que estas iniciativas começam a ter alguma expressão no Reino Unido, onde as caldeiras de mural, alimentadas a gás natural, que ao aquecerem água também podem produzir energia, "estão a ser substituídas por caldeiras de nova geração".

"A questão é que já é possível produzir energia para consumo próprio, mas sempre em pequena escala, e o que queremos é que seja para toda a gente", salientou Peças Lopes.
Por outro lado, referiu, as formas de produção de energia em pequena escala já existem, "mas são muito caras e não são convenientemente remuneradas". "Com uma dimensão razoável, o mercado irá funcionar tal como funcionou para os telemóveis, com os preços a cair", lembrou.

No entanto, esta evolução não é simples e tem aspectos bastante delicados a tratar, como as condições técnicas para a ligação à rede, verificar se esta tem capacidade para aceitar, para acomodar aquele tipo de geração sem comprometer a qualidade e a robustez do sistema, que tem que ser seguro.

Para o desenvolvimento deste projecto "é essencial a existência de um quadro regulamentar e regulatório, que tem que surgir nos próximos anos, só depois é que o mercado pode avançar. Esse é o nosso desafio às autoridades competentes", afirmou.

Há ainda que agilizar os mecanismos já existentes, "não faz sentido que o processo de licenciamento de painéis solares seja semelhante ao de uma central termoeléctrica".

Garantidos estes pressupostos é necessário pensar também na remuneração. A energia quando é produzida nas grandes centrais fica a cerca de cinco cêntimos por kWh. Mantendo-se na cadeia de energia eléctrica esse preço vai aumentando e chega a casa, em baixa tensão a cerca de 10 cêntimos. "Ora a energia produzida junto de casa tem que ser remunerada a esse valor, caso contrário não há como incentivar o mercado. Isto porque no início de qualquer processo é necessário remunerar melhor como alavanca do mercado".

O desenvolvimento deste projecto representa também uma panóplia de oportunidades de dinamização económica. "A indústria tem que criar novos produtos, equipamentos e componentes, tem que haver pessoal especializado para a sua instalação e manutenção, o que é uma cadeia fabulosa para a economia", disse Peças Lopes.

Sérgio Sepúlveda

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